PROTEGER A HUMANIDADE DO FASCISMO!
Manifesto pela união dos povos do mundo

O documento foi aprovado no Fórum Antifascista Internacional em Minsk, em 22 de abril de 2023. 

Minsk, República de Belarus,

Museu da história da Grande Guerra Patriótica,

22 de abril de 2023

Nós, participantes do Fórum Antifascista Internacional de Países Da Ásia, América e Europa, nos reunimos em Minsk para dizer nosso firme “Não!” a guerra e reação, neofascismo e opressão.

Nos encontramos na terra bielorrussa, cada centímetro da qual é abundantemente regada com o sangue de milhões de vítimas do hitlerismo. Foi aqui, em junho de 1941, que começou a Guerra Santa de todo o povo soviético com a peste marrom. Entre as vítimas mortas e torturadas da agressão fascista alemã estava um em cada três habitantes da RSS da Bielorrússia.

O nazismo foi o resultado direto da crise do capitalismo. Nasceu da sede do grande capital para manter o poder sobre os trabalhadores a qualquer custo. Para seus próprios fins egoístas, os imperialistas seguiram o caminho do apoio às forças mais obscuras. Eles levaram ao poder Hitler, Mussolini, Franco e seus associados ideológicos. De marginais políticos, os nazistas transformaram-se em juízes do destino de muitos milhões de pessoas.

Os povos do mundo não têm o direito de esquecer a experiência da luta contra o fascismo. Em 1936, com o apoio da Alemanha nazista e da Itália fascista, eclodiu a Guerra Civil Espanhola. O poder popular recebeu o apoio da URSS e de muitas forças progressistas. Mas então o fascismo foi mais forte. Isso abriu o caminho para a guerra mais terrível da história da humanidade. Foram dados os últimos e decisivos passos para os fornos e Câmaras de gás de Buchenwald e Mauthausen, Dachau e Sobibor, Majdanek e Auschwitz.

As trágicas lições do passado devem ser bem conhecidas e sempre lembradas! O mundo pagou um preço enorme para se livrar do nazismo. Os heróis desta luta – soldados e oficiais do Exército Vermelho, guerreiros dos países da coalizão anti-Hitler, combatentes do Exército Popular de Libertação da China, representantes da Resistência francesa e italiana, participantes da clandestinidade antifascista alemã, guerrilheiros iugoslavos e coreanos, patriotas poloneses e checoslovacos – cobriram-se de glória imortal.

A bandeira vermelha sobre o Reichstag em maio de 1945 não é apenas um fato especial do passado. O sentido e significado da Grande Vitória sobre o fascismo está voltado para o futuro. Eles soam como um alarme, apelando aos corações das novas gerações.

Como nos anos trinta do século passado, a fumaça preta de um incêndio de guerra se espalha pelo nosso planeta. Está cobrindo o horizonte cada vez mais. As pessoas de boa vontade precisam ser unidas e corajosas em sua luta de princípios.

A situação é extremamente preocupante. O neocolonialismo levanta a cabeça na África e na América. Os imperialistas estão fazendo a situação mais tensa na Ásia. Com o troar do canhão na Europa e em outras partes do mundo, derrama-se sangue. Multiplicam-se dor e o sofrimento das pessoas. Novamente, ouvem-se gemidos de feridos e estertor de moribundos. Correm lágrimas amargas das mães. Diante de nossos olhos, o mundo parece estar pronto para cair em um abismo aberto, do qual aparecem cada vez mais claramente os contornos sinistros da suástica aranha.

A destruição traiçoeira da URSS – o país que derrotou o fascismo – despertou carnívoros mundiais. O capital global sentiu total impunidade. Impõe a sua ditadura das formas mais abomináveis. A ameaça mortal da revanche fascista está crescendo de novo a cada dia. A besta do nazismo lambeu suas velhas feridas e rapidamente está ganhando força. Ele se atreveu e saiu de seu covil de lobos em busca de novas vítimas.

O mal do mundo voltou em forma neoliberal. Criou um sistema global para roubar países e povos inteiros. Manchou-se com a agressão contra a Jugoslávia, o Iraque, a Afeganistão, a Líbia, a Síria. Houve tentativas de derrubar governos legítimos na Venezuela, Nicarágua e Bielorrússia. Contra os povos da Rússia e China, Cuba e Coréia do Norte, foi implantada a pressão de sanções. Usam-se ameaças militares e chantagem política.

Na véspera da Segunda Guerra Mundial, o capital financeiro dirigia as aeronaves de ataque de Hitler. No século XXI, é ele mesmo que governa os novos nazistas. O fascismo, derrotado há 78 anos, não desapareceu da face da terra, porque seus serviços são muito necessários para a oligarquia mundial. É por isso que os sequazes nazistas marcham em Vilnius e Tallinn. Livros ardendo em Kiev. Monumentos aos soldados Libertadores soviéticos em Varsóvia estão sendo demolidos. Os eurodeputados em ternos caros iniciam resoluções vis, tentando nivelar o nazismo de Hitler e o socialismo soviético. O mal fascista pretende tomar uma vingança histórica.

O apoio direto dos EUA e seus aliados da OTAN elevou a ideologia nazista ao nível estatal na Ucrânia. Por muitos anos, os carniçais de Bandera dirigem este espetáculo sangrento em Kiev, humilham as massas populares. Eles transformaram a Ucrânia em um campo de concentração para dissidentes, fecharam a mídia indesejada, proibiram atividades de oposição e lançaram represálias contra os comunistas. Todos os que mantiveram os ideais da fraternidade dos povos e a fidelidade à Grande Vitória sobre o fascismo foram submetidos à repressão. Os nazistas queimaram pessoas vivas em Odessa, explodiam e matavam da esquina. De ano para ano, os militantes do «Azov» com o Wolfsangel no galão aterrorizavam o Donbass. Seus habitantes corajosos se levantaram para a luta de libertação contra o militarismo e o neonazismo.

Os governos ocidentais estão enchendo a Ucrânia de Bandera com armas. Zelensky já declarou seu desejo de possuir um arsenal nuclear. Mas a OTAN não o chamou a ordem. Pelo contrário, expressa sua disposição de transformar o exército ucraniano de acordo com seus próprios padrões. E os loucos de Londres estão prontos para entregar projéteis com urânio empobrecido às mãos do regime neonazista.

Os países da OTAN não estão apenas multiplicando armas mortais. Eles encheram o mundo com suas bases militares. Quatrocentos biolaboratórios dos EUA em diferentes países estão realizando experimentos com os vírus e bactérias mais perigosos. As consequências dessas ações podem prejudicar o desenvolvimento pacífico de nações inteiras. Além disso, elas ameaçam toda a humanidade como espécie biológica.

Os comunistas sempre destacavam: “O fascismo é a guerra”. O curso dos acontecimentos confirma isso mais uma vez. A resposta dos povos só pode ser uma: o monstro fascista deve ser destruído. Os bacilos da peste marrom são perigosos demais. Eles devem ser neutralizados firme e rapidamente. O preço do descuido será extremamente alto. Os horrores condenados em Nuremberg não devem se repetir. Não podemos permitir que a reação mundial cometa novos crimes sangrentos.

As ações e os pensamentos do Ocidente imperialista estão impregnados com veneno de um ódio perverso contra tudo o que é progressista, soberano e livre. Biden e Scholz, von der Leyen e Borrell, Duda e Morawiecki, todos como eles, são apenas o pessoal de apoio no sistema da ditadura global. Seus sucessos profissionais são diretamente determinados pela disposição de servir os interesses da oligarquia financeira mundial.

Os globalistas encobrem suas ações com pesquisas pseudo-intelectuais. Eles extraem as idéias mais reacionárias das teorias de Nietzsche, Chamberlain e Gobineau sobre o “super-homem” e a “superioridade racial”. Fazem uma mistura explosiva de neomalthusianismo e pós-humanismo. Eles apresentam delírios misantrópicos sobre a “prioridade do progresso tecnológico sobre o desenvolvimento social”. Fazem de humanismo a exaltação dos vícios e das perversões. As velhas idéias que inspiravam Hitler e seus cúmplices, são embrulhadas em embalagens pseudocientíficas de “bioengenharia” por Klaus Schwab e outros como ele.

Toda essa “inovação” mentirosa é hostil aos povos. É promovida por aqueles que são atingidos por preconceitos étnicos e raciais, que anseiam por vingança contra os povos pela vitória sobre o fascismo e o colonialismo. Esses círculos são obcecados com a idéia de controle total sobre a humanidade. Ao anunciar o cancelamento da grande cultura russa, eles pretendem destruir a cultura humanista de todo o mundo, jogar todos nós em um tempo de selvageria sem precedentes e campos de concentração eletrônicos.

O neoliberalismo é um inimigo mau de todo desenvolvimento independente e normas democráticas. Os sistemas políticos ocidentais transformaram-se em autocracias absolutas. As elites burguesas perderam o contato com os valores da liberdade e do humanismo. O seu comportamento abre cada vez mais as portas ao neofascismo.

Contorcendo-se em agonia, o capitalismo se apega à vida a qualquer custo. E a reencarnação do fascismo não o assusta. A reação mundial apenas encoraja os herdeiros de Hitler e Mussolini, Franco e Salazar, Antonescu e Mannerheim, Pilsudski e Quisling. Ela destrói freneticamente a memória da Segunda Guerra Mundial e falsifica os fatos da história.

Os planos da “nova ordem mundial” se transformam em agressão e conflito, neofascismo e neocolonialismo, a ameaça de uma nova guerra mundial. O mundo inteiro se torna o campo de batalha hoje. E esta batalha devemos vencer – em nome de tudo de melhor que a cultura mundial criou, em nome de um futuro digno da humanidade!

A chave para o sucesso é a união e a unidade das forças amantes da paz do planeta. A resistência vitoriosa à reação só pode ser Mundial. Estamos profundamente convencidos de que a nossa solidariedade internacional é capaz de proteger a humanidade da ameaça fascista e de cair no abismo da Guerra Mundial. Nós o declaramos firmemente aqui na Bielorrússia. Em sua terra sagrada, esta ligação indseparável entre o passado, o presente e o futuro se sente mais forte.

Caros amigos! Durante os anos de fogo da Segunda Guerra Mundial, formou-se a grande Aliança combativa dos adversários da barbárie fascista – a união de comunistas e patriotas, democratas e lutadores contra tirania. Foi criada, apesar das diferenças sociais e ideológicas, apesar da diferença de opiniões políticas e religiosas. Foi a necessidade do tempo. A nova era de provações exige insistentemente a unidade de ações de todos as pessoas de boa vontade.

Unamo-nos na luta contra o neonazismo, a reação e o militarismo!

Viva a frente unida das forças progressistas!

Viva a solidariedade dos trabalhadores e dos povos na luta contra o fascismo!

Não vamos deixar o mundo explodir!

¡No pasarán! Não passarão!